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segunda-feira, 29 de março de 2010

Barbosa du Bocage

Barbosa du Bocage (Manuel Maria).



n. 15 de Setembro de 1765.
f. 21 de Dezembro de 1805.



É considerado como um dos nossos melhores poetas, e depois de Camões o mais popular e celebrado de todos.

N. em Setúbal a 15 de Setembro de 1765, fal. em Lisboa a 21 de Dezembro de 1805. Era filho do bacharel José Luís Soares de Barbosa, antigo juiz de fora, ouvidor, e depois advogado, e de D. Mariana Joaquina Xavier Lestof du Bocage. A ascendência da sua família é a mesma do Dr. José Vicente Barbosa du Bocage (V. o artigo anterior).

Sua mãe era segunda sobrinha da célebre poetisa francesa, madame Marie Anne Le Page du Bocage, tradutora do Paraíso de Milton, imitadora da Morte de Abel, de Gessner, e autora da tragédia As Amazonas e do poema épico em dez cantos A Columbiada, que lhe mereceu a coroa de louros de Voltaire e o primeiro premio da academia de Rouen.

Passados os anos da puerícia nos primeiros estudos, com um mestre que o maltratava, entrou na aula régia de gramática do padre espanhol D. João de Medina, e ali aprendeu a língua latina. Era então moda a educação humanista, ainda pouco acompanhada pelo estudo das ciências naturais. No país havia, contudo, dois homens que a par duma cultivavam a outra: José Anastácio da Cunha e José Monteiro da Rocha, ambos lentes da Universidade de Coimbra, novamente fundada pelo marquês de Pombal, e ambos poetas de elevado merecimento. O primeiro, militar infeliz, vítima do seu génio brusco e das ideias da época; o segundo, jesuíta insigne, reitor daquele estabelecimento de instrução, e preceptor dos príncipes. Bocage, que sentia admiração por tudo que é grande e belo, extasiava-se ao ler as poesias daqueles sábios, e até aos estranhos as inculcava por muito superiores às suas; procedimento raro, que define o seu excelente carácter.

No ano de 1779 assentou praça de cadete no regimento n.º 7 de infantaria de Setúbal, vindo estudar para Lisboa aos 14 anos de idade. O desprezo constante pelos actos do ex-ministro de D. José, levara os conselheiros da rainha D. Maria 1 a criar em Lisboa, em 5 de Agosto de 1779, uma instituição, a que chamaram Academia real de marinha, dando aos que a frequentavam as mesmas regalias que tinham o estudantes da Universidade. Foi nesse instituto que Bocage recebeu a sua educação científica, indo talvez mais tarde aperfeiçoá-la na Academia dos guardas marinhas, criada em 14 de Agosto de 1782. Sete anos passou Bocage em Lisboa a estudar ciência e a compor versos. Carpindo acerbas mágoas, e sofrendo cruciantes dores, que o seu viver demasiado livre lhe acarretava continuamente, aquela musa brilhantíssima expandia-se em lágrimas, em suspiros e em queixumes amorosos, ora de ternura inexcedível, ora de aspereza selvática. Assim descansava o vate enamorado, para quem as paixões levianas eram tudo. As damas que julgava requestar, constituíam o seu único pensamento. Por elas fazia sacrifícios, que somente a sua alma de poeta podia compreender, e enlevado nas mais doces ilusões quase nunca a realidade aparecia ao seu brilhante espírito. Confiando nos seus dotes de claro entendimento, estava tão certo de agradar às belas, que notava com espanto a resistência dalguma, que porventura se esquivava aos seus galanteios. Tomava como correspondência amorosa o aplauso unânime que obtinha nas salas ao recitar os seus versos. E assim viveu sempre em toda esta primeira fase das suas aventuras, a amar e a padecer. O nome de Gertruria que muitas vezes invocava apaixonado, tornava-se o seu pensar constante; anagrama imperfeito de Gertrudes, ficção poética ou realidade histórica; foi este nome que por muito tempo e mais profundamente o inspirou.

Era estreitíssimo; asfixiante, o ambiente que então se respirava na capital. Por um lado os medos da propagação das doutrinas filosóficas traziam empenhados o tribunal da Inquisição, a polícia e o intendente Pina Manique, seu chefe, na indagação minuciosa dos factos, ainda os de menor alcance, que pudesse cada indivíduo praticar com intuitos liberais; e já para escapar à perseguição havia emigrado para França em 1778 o padre Francisco Manuel do Nascimento, Filinto Elísio, acusado pela espionagem ao Santo Ofício. Por outro lado não estava ainda extinta a luta dos ódios contra o marquês de Pombal, a quem as famílias dos nobres, por ele castigados, acusavam violentamente, imputando-lhe acções desonrosas, delitos infamantes, e tentando reabilitar-se como inocentes no atentado contra el-rei D. José. Época de incertezas, de dúvidas, de receios e de perseguições. Como poderia florescer no mais elevado grau a literatura portuguesa, embora tivesse por cultor um génio como Barbosa du Bocage? O gosto de então, a moda predominante, eram as canções brasileiras, cantadas à guitarra ou à viola, desde as reuniões de família, até ás orgias dos botequins. Todos os poetas davam à porfia letras para estas árias, e Manuel Maria, como Bocage era ordinariamente conhecido, não foi dos menos pródigos. Demais, o poeta, que sempre sonhava parecer-se o seu destino com o de Camões, que só invejava a imorredoura glória do grande épico, comparava a sua mocidade livre com a que ele tivera, e pensava porventura que também este na corte compunha e recitava versos, requestava donzelas, e cantava a Natércia. Camões tinha ido ao Oriente, Bocage foi também.

Em 1786, antes de terminar um mês depois de alcançado o despacho de guarda-marinha, por decreto de 4 de Fevereiro daquele ano, partia o nosso poeta a visitar as terras que inspiraram o imortal cantor dos Lusíadas. A nau de viagem, Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena, comandada por José Rodrigues Magalhães, transportava a seu bordo o vate enamorado, que na força da vida e no vigor do talento ia procurar novos horizontes para melhor desenvolver as suas formosíssimas concepções poéticas. A nau de viagem arribou ao Rio de Janeiro, por causa de tempestade que se levantou. Bocage ali se demorou, sendo muito bem recebido pelo vice-rei do Brasil, Luís de Vasconcelos e Sousa, e pela melhor sociedade fluminense. Voltando ao país, em Abril de 1786, tornava a partir na mesma nau, Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena, e chegava finalmente a Goa a 29 de Outubro deste referido ano. O portentoso engenho de Bocage poderia elevar-se imenso, se houvesse tido outra educação literária e científica, e soubesse subtrair-se à influência do meio social em vez de buscar nele efémera popularidade. Camões era não só um génio, mas o primeiro sábio da sua época, Bocage aprendera bem as línguas, o latim, o francês e o italiano, trocara, porém, pelo culto exclusivo das musas os conhecimentos de ciências naturais, que alcançara nas academias de marinha. Foi por tudo isto, certamente, que ao chegar a Goa nem se impressionou com a luxuriante vegetação oriental, nem com as religiões, raças, línguas e costumes daqueles povos, e continuou cantor da arcádia preso às regras horacianas, e não conseguiu produzir um poema. Satirizou primorosamente os índios, lamentou em magníficos versos a decadência de Goa e das possessões portuguesas, e o seu espírito não descansou enquanto esteve ausente da pátria. Em Goa encontrou muita estima no desembargador Sebastião José Ferreira Barroco, também poeta, e um dos maiores amigos de Filinto Elísio, conhecido em Lisboa pelo nome arcádico de Albano, quando fazia versos à bela Alcipe, marquesa de Alorna, nos celebrados outeiros de Chelas. Em 25 de Fevereiro de 1789 havia sido promovido a tenente, de infantaria da 5.ª companhia da guarnição da praça de Damão, onde chegou a 6 de Abril do mesmo ano, mas logo dois dias depois dali desapareceu em companhia doutro oficial da mesma praça, indo ter, pela Porta do Campo, a Macau, onde sofreu inclemências, em resultado desta arrojada aventura. O que obrigaria Bocage a desaparecer tão precipitadamente da praça de Damão, e a apresentar-se na colónia de Macau? Move-lo-ia ainda o desejo de imitar Camões, o prazer de visitar todos os lugares que ele percorrera? Seria apenas excentricidade do seu temperamento irrequieto, ou extravagância do seu espírito volúvel? Ninguém o poderá dizer, talvez nem ele o soubesse. Nestas paragens foi ainda mais infeliz do que nas possessões da Índia, e só teve dois homens que lhe valeram: Lázaro da Silva Ferreira, governador de Macau, que o não pronunciou por haver desertado de Damão, e o negociante Joaquim Pereira de Almeida, que recebendo-o e dando-lhe agasalho o apresentou na sociedade macaense. Mas absolvida a culpa, o poeta não descansava com saudades da pátria, dos amigos e dos amores.

Tratou logo de partir, e em Agosto de 1790 entrava a barra do Tejo. Chegava então a Lisboa o eco da revolução francesa de 1789. A liberdade era o hino que se cantava às escondidas por toda a parte, porque a polícia estava cada vez mais intransigente. O poeta cantou logo contra o despotismo, chamando-lhe sanhudo, inexorável, monstro que em pranto, em sangue a fúria ceva, mas que não tiraniza do livre coração a independência, e compôs muitos sonetos em honra da liberdade. Eram estes os sentimentos políticos de Bocage e de todos os sócios da Nova Arcádia, salvas poucas excepções. Nem escapava ao influxo o padre José Agostinho de Macedo, ex-frade graciano, amigo do vate no seu regresso ao país, mais tarde seu declarado inimigo, e por fim reconciliado com ele no período curto da fatal doença que o prostrou. A Nova Arcádia, chamava-se uma sociedade de poetas daquela época, para onde Bocage entrara em 1791, tomando o nome pastoril de Elmano Sadino, e contra a qual se indispôs em 1793. Em todo o tempo que durou esta guerra com os seus colegas, levantada por vaidades de poetas e de literatos, jogaram-se as mais acerbas sátiras e vibraram-se epigramas os mais frisantes. O Dr. Luís Correia do Amaral França, o Abade de Almoster, Joaquim Franco de Araújo Barbosa, e Caldas Barbosa foram os mais atingidos nesta polémica poética. Com José Agostinho de Macedo ainda a luta se tornou mais acesa. O forte despotismo da época não podia deixar de. perseguir a quem possuía sentimentos liberais, e Bocage era pouco acautelado na manifestação das suas crenças políticas e. religiosas. No ano de 1797 foram denunciados à intendência da polícia, como escritos pelo poeta, uns papeis ímpios, sediciosos e satíricos, que apareciam clandestinamente com o título de Verdades duras, e continham entre outras coisas a epístola Pavorosa ilusão da eternidade. Bocage soube-o, e tentou fugir, mas foi preso a 10 de Agosto do referido ano, a bordo da corveta Aviso, que se destinava a partir para a Baía. Nas suas odes pinta o infeliz poeta os dissabores por que passou, a entrada no Limoeiro, como ali o apalparam, o segredo em que foi lançado, as perguntas que lhe fizeram, finalmente, tudo quanto sofreu até à transferência, por solicitação de amigos e protectores, em 7 de Novembro, para os cárceres da inquisição. E tão rápido aí andaram com o processo, que a 17 de Fevereiro de 1798 dava entrada no mosteiro de S. Bento da Saúde, de Lisboa, e a 22 de Março passava ao hospício de Nossa Senhora das Necessidades dos clérigos de S. Filipe Nery. Os frades do Oratório com facilidade o doutrinaram, pois que em poucos meses ficou desfrutando outra vez a liberdade, que alcançou por lhe não terem encontrado no processo motivos de condenação, e também devido à protecção do ministro José de Seabra e Silva. Uma beata, Maria Teodora Severiana Lobo Ferreira, denunciou-o mais tarde, em 23 de Novembro de 1802, ao Santo Ofício como pedreiro livre, mas o processo apenas principiado não teve seguimento.

Em 1801 aceitou a proposta que lhe fez o naturalista brasileiro, o padre José Mariano da Conceição Veloso para, mediante o ordenado de 24$000 réis, fazer as traduções de vários poemas didácticos: Os Jardins de Delille; As Plantas, de Castel; A Agricultura, de Roset; e O Consórcio das flores, epístola de Lacroix; deste trabalho penosíssimo e de máxima responsabilidade, se saiu Bocage brilhantemente, e é uma das coroas mais viçosas da sua glória de poeta. Além dos poemas franceses, traduziu vários poetas latinos e italianos. Em 1791 publicou o 1.º volume das suas Rimas, os Queixumes do pastor Elmano, e os Idílios marítimos. Em 1799 publicou o 2.º tomo das Rimas, e em 1804, o 3.º. Em 1805 declarou-se-lhe a doença, a que devia de sucumbir. Ainda nesse ano publicou Os improvisos e os Novos improvisos, escritos já durante a enfermidade. Os últimos cinco anos, que precederam a sua morte, foram bem dolorosos para o infeliz poeta, agitados de terrores e ansiedades, vendo-se pobre e doente. Tinha um grande amigo, o dono do café das Parras, no Rossio, José Pedro da Silva, conhecido pela alcunhado José Pedro das Luminárias, que tinha por ele como que adoração, e que na sua doença muito auxiliou com donativos pecuniários e promovendo-lhe a venda de livros, concorrendo também com as despesas do funeral. Aquele café tornara-se notável, por se reunirem ali habitualmente os poetas, pelas discussões e distúrbios, num gabinete reservado, que intitulavam o Agulheiro dos sábios. Fora este o período mais frisante da vida de Bocage, improvisando em outeiros, em saraus, em partidas, com uma desenvoltura de costumes que muito concorreram, talvez, para lhe abreviar a existência.

Quando o pai do poeta faleceu, veio para Lisboa sua irmã, D. Maria Francisca, e na companhia do irmão viveu numa pobre casa da travessa de André Valente, até que a morte lho roubou. Alguns dos seus inimigos se reconciliaram com ele, assistindo-lhe aos últimos momentos; Curvo Semedo, e até o próprio José Agostinho de Macedo, que mais o agredia com o seu génio maldizente e invejoso. Em 15 de Setembro de 1865, quando se completava o centenário do nascimento do poeta popular foi apresentado nas salas do Clube Fluminense do Rio de Janeiro, uma proposta, por José Feliciano de Castilho para se lhe erigir um monumento. Abriu-se logo uma subscrição para esse fim, sendo as quantias recebidas depositadas numa casa comercial. Pouco depois, deu-se na praça do Rio de Janeiro, uma violenta crise, e perdeu-se grande parte do dinheiro, salvando-se apenas uma pequena parte. José Feliciano de Castilho, apesar dessa contrariedade, não desanimou, e vindo a Portugal, conseguiu realizar o seu patriótico pensamento. A 22 de Novembro de 1871 a câmara municipal de Setúbal colocava a primeira pedra no monumento, que foi inaugurado a 21 de Dezembro seguinte. Em 1868 a referida câmara tinha já mandado colocar uma lápide comemorativa na casa onde nascera o grande poeta. (V. Setúbal.)

Para a biografia do poeta pode consultar-se o seguinte: Memorias sobre a vida de Manuel Maria Barbosa de Bocage, por António Maria do Couto; Vida de M. M. B. du B. por José Maria da Costa e Silva, no tomo IV das Poesias publicadas por Marques Leão; Biografia, que Rodrigo Felner publicou em 1846, no Panorama, vol. IX; Noticia da vida e obras de M. M. de B. du B., por José Feliciano de Castilho; Memória biográfica e literária acerca de M. M. de B. du B., de Rebelo da Silva, e também no Estudo biográfico e literário, na edição completa das Poesias de Bocage, feita, em 1853, e no tomo X do Panorama, do mesmo ano. Os documentos para a biografia de M. M. de B. du B. por F. N. Xavier, no Arquivo Universal; Bocage, por Teófilo Braga, etc.
Mais informação em: http://www.arqnet.pt/dicionario/bocagemanuel.html

De Portugal para o mundo . The Voca People

FRASE DE SEMPRE!

«Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.»
Eça de Queiroz

domingo, 28 de março de 2010

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Espero que gostem tanto como eu gostei...

Antibullying na sala de aula


Antibullying na sala de aula

Aqui propomos algumas actividades na sala de aula para prevenir o bullying.
- Auto-reflexão dos comportamentos
Organizar a classe numa fila. Pedir aos  alunos para darem  um passo à frente se já tiverem chamado  nomes aos  colegas e dar  um passo atrás a quem já ajudou um colega numa situação desta. Dialogar sobre esta situação com o intuito de promover a reflexão das atitudes.
2.fichas de auto-avaliação das  atitudes dos alunos
3.Realização de jogos de cooperação vs competição
4.Trabalho de grupo vs. jogos em que só um aluno pode ganhar
5. Promover um ambiente de sala de aula onde seja possível “Saber escutar e falar”
6.Discussão e partilha de ideias, respeitando as regras do diálogo
7.Resolução de dilemas
8.Exposição de dilemas (escritos ou orais) e verificar como resolvem os alunos as situações. Possibilitar situações em que o aluno tenha de se colocar no lugar do outro
9.Dramatização de situações : desenvolver a competência de “Saber dizer não”, de forma assertiva  ; “Como pensar perante um problema?”
10.Colocar um problema aos alunos que devem resolvê-lo, seguindo estas etapas:
-identificar o problema;
- pensar em possíveis soluções – “chuva de ideias”;
- analisar as consequências destas soluções;
- tomada de decisão;
- pôr em prática a decisão.
10.Trabalhar a auto-estima
11.Criação de um espaço para que cada aluno faça aquilo que gosta mais de fazer o aquilo em que é bom a fazer (partilha com os colegas).
12.Actrividades de escrita onde os alunos manifestem o que gostam nos colegas
Mais informação neste link: http://bullyingout.wordpress.com/recursos-4/estrategias-pedagogicas-anti-bullying Outra solução a meu ver óptima, é que nas instituições escolares impedissem os estudantes entrar com telemóveis  e que houvesse tanto nas aulas como fora delas, câmaras de video. (Uma imagem vale mais do que mil palavras, e que esses alunos apanhados neste tipo de actos fossem expulsos um ano do sistema educativo nacional, e se reincidissem fossem expulsos definitivamente do sistema de ensino público até atingirem a maioridade.)

Bullying - Formas de Agressáo


Formas de agressão

   
    Rosa Serrate (2009) classificou as modalidades de violência do bullying em quatro categorias:
A violência física (bater, empurrar, dar pontapés, cuspidelas, maltratar a vítima para tirar os seus petences), consiste num tipo de comportamento directo e manifesta-se sobretudo no 1º e 2º ciclo.
A violência verbal (insultos, chamar nomes, salientar aspectos físicos, desprezar em público) é a mais comum e praticada de forma directa.
    A violência psicológica está implícita em todas as formas de maltrato e é um tipo de comportamento indirecto. O agressor manipula a vítima emocionalmente, fazendo com que esta fique dependente do agressor através de chantagens, ameaça, que levam à destruição da auto-estima. Este tipo de violência é mais frequente entre as raparigas do que nos rapazes.
    A violência social é também um tipo de comportamento indirecto. Trata-se de acções baseadas em comentários, rumores, insultos, atitudes de ignorar a vítima, persegui-la.Inclui a violência racial, religiosa e descriminação entre géneros e minorias étnicas.

Características dos agressores

Olweus estabeleceu três perfis principais para caracterizar o agressor:
 o activo: que estabelece uma relação directa com a vítima, agredindo-a de forma pessoal;
o social indirecto: este é o mais difícil de identificar pois dirige de forma dissimulada os seus seguidores, induzindo-os a terem comportamentos violentos com outros alunos.
O passivo: não participa directamente na acção violenta mas apoia o agressor e detém uma grande parte da responsabilidade do acto violento. É o grupo mais numeroso. 
Características das Vitimas:

Existem vários tipos de vítimas como analisou, Olweus, que se diferenciam em função dos mecanismos de resposta que desenvolvem mediante as ameaças: vítimas activas ou “provocatórias” e vítimas passivas.
As primeiras apresentam uma combinação de ansiedade e de reacção agressiva e utilizam o agressor para desculpar a sua própria conduta. Por vezes são crianças com problemas de concentração, sendo muitas vezes apontados como hiperactivos e provocam habitualmente reacções negativas nos seus companheiros.
A vítima com este perfil recorre à violência como resposta à própria violência e por vezes eles próprios se transformam em potenciais intimidadores no futuro.
Por outro lado a vítima passiva é a mais comum. São sujeitos inseguros, tímidos, retraídos, não denunciam o agressor e têm dificuldades em relacionar-se com os outros. A nível físico são, geralmente, mais jovens ou mais frágeis que o agressor e por vezes apresentam problemas de psicomotricidade ou coordenação.

A Casa de Bragança


A Casa de Bragança

A Casa de Bragança

1º Duque - Foi o 8ª conde de Barcelos, D. Afonso I, filho natural de D. Joâo I e de Inez Perez Esteves. Supõe-se ter nascido em Veiros, no Alentejo em 1377, e morreu em Dezembro de 1461. Casou com D. Beatriz Pereira Alvim, filha do condestável D. Nuno Álvares Pereira, e herdeira da casa mais opulenta do reino. Na armada de Ceuta foi encarregado dos aprestos nas províncias de Estremadura e Entre-Douro-Minho e capitão da capitania real. Do regresso de Ceuta, e pelos serviços, recebeu novas mercês de seu pai D. João I. Durante o reinado de D. Duarte teve excelentes relações com o sobrinho, mas não o conseguiu demover da trágica expedição a Tânger.

Depois da morte de D. Duarte e durante a regência da sua viúva D. Leonor e D. Pedro irmão do falecido rei, não foram boas as relações entre D. Afonso e D. Pedro, chegando quase ao campo de batalha em Mesão Frio nas Margens do Douro, luta que foi evitada pelo conde de Ourém filho de D. Afonso. Em 1442 este obteve do regente o senhorio e ducado de Bragança. Era o terceiro ducado de Portugal ( os dois primeiro tinham sido criados por D. João I para seus dois filhos; o de Coimbra para D. Pedro e o de Viseu para D. Henrique) Depois de a batalha de Alfarrobeira (1449), D. Afonso V concedeu ao Duque de Bragança mais importantísssimas mercês, e nove anos depois, quando partiu para África, deixou entregue ao duque o governo do reino na sua ausência.

D. Afonso casara em 1420 em segundas núpcias com D. Constança de Noronha ( 1ª Duquesa de Bragança, sepultada em Guimarães ), filha de Afonso, conde de Gijón e Noronha, filho de Henrique II de Castela. Do primeiro matrimónio teve três filhos; D. Afonso, conde de Ourém e marquês de Valença ( mercê de Afonso V) que faleceu ainda em vida de seu pai em 1460; D. Fernando que sucedeu no ducado de Bragança; e D. Isabel que casou com o seu tio o infante D. João filho de D. João I. Do segundo matrimónio não houve descendência.

2º DUQUE - Foi D. Fernando, filho segundo do 1º duque, nasceu em 1403 e morreu em Vila Viçosa em 1478. Veio a suceder no ducado, por morte do seu irmão mais velho D. Afonso. Ainda criança, o avô cedeu-lhe o condado de Arraiolos. Tomou parte na expedição de Tânger onde foi condestável e foi governador de Ceuta. Acompanhou D. Afonso V em várias expedições ao norte de África, e com tanto galhardia, que o soberano lhe fez a graça de elevar Bragança à categoria de cidade. Foi regente do reino em 1471, quando o rei partiu para a conquista de Arzila. Casou em 1429 com D. Joana de Castro, filha de D. João de Castro tendo a seguinte descendência; D. Fernando 3º duque de Bragança, D. João , D. Álvaro, D. António, D. Isabel, D. Brites, D. Guiomar e D. Catarina

3º DUQUE - Foi D. Fernando II , nasceu em 1430 e foi executado em Évora em 1483 por ordem de D. João II. Teve excelentes relações com D. Afonso V, foi feito fronteiro das províncias de Entre-Douro-e-Minho e de Trás-os-Montes. Recebeu o título de conde de Guimarães que em breve se elevou a ducado. Acompanhou o rei em várias campanhas em África

Quando em 1478 sucedeu a seu pai no ducado de Bragança, tornou-se o maior senhor, não só de Portugal, como de Castela, Navarra e Aragão. Com a subida ao trono de D. João II em 1481, que com os seus desejos de fortalecer o poder real e as providências que tomava contra as excessivas regalias das classe privilegiadas, levaram o Duque de Bragança alcaide de numerosas fortalezas a protestar, declarando-a lesiva da sua dignidade e excessivamente rigorosa, e nesta atitude o acompanharam os irmãos e o duque de Viseu.

Entre as escrituras existentes de doações e privilégios dados ao ducado de Bragança e guardados num certo cofre em Vila Viçosa, o vedor da fazenda diz ter encontrado cartas onde o duque de Bragança receoso da inimizade do novo rei, tentava ganhar aliados em Castela. A partir das cópias mandadas executar por D. João II dessas mesmas cartas, o duque de Bragança foi julgado em Évora, condenado à morte e executado em 20 de Junho de 1483. ( D. Manuel II anulou este processo em 1500 ) .

Deve ser muito difícil de descobrir hoje, se D. João II tinha razão ou se tudo não passou de pura suspeita, que aproveitou para se desfazer do duque e da casa de Bragança, pois na sentença confiscou-lhe todos os bens que passaram para a coroa. Realmente, D. João II parece ter-se excedido nos cenários do julgamento, mandando até decorar a sala onde se procedeu ao julgamento no paço onde o rei se instalara, com panos onde figuravam cenas da história de Trajano, com exemplos de "severidade e justiça" desse imperador de Roma. O duque casara duas vezes; a primeira em 1447, tendo apenas 17 anos de idade, com D. Leonor de Meneses filha de D.Pedro de Meneses; a segunda (1472) com D. Isabel, filha do inafnte D. Fernando. Do primeiro matrimónio não houve filhos; do segundo, os seguintes; D.Filipe que morreu ainda criança, D. Jaime que foi 4º duque de Bragança; D. Deniz e D. Margarida

4º DUQUE - Foi D. Jaime filho do 3º duque D. Fernando II, nasceu em 1479 e morreu em 1532. Contava apenas 4 anos quando o seu pai foi degolado em Évora. Refugiando-se em Espanha, aí foi educado. No reinado de D. Manuel I, em 1497, regressou ao país, bem como seus irmãos.
Em Castela, encontrara a maior protecção, especialmente da rainha D. Isabel, que lhe dera para aio Lopo de Sousa, fidalgo que descendia de D. Afonso III.

D. Manuel nomeou-o fronteiro de todas as as terras da Casa de Bragança, permitindo-lhe que tomasse das mercês concedidas aos seus antepassados, e em 1500 declarou nulos os efeitos do processo do duque D. Fernando.

Quando D. Manuel I casado com Isabel de Castela , e herdeira do trono de Castela-Leão-Aragão, por morte do principe castelhano D João, filho e sucessor dos reis católicos, viajou a Toledo, ( Março de 1498) os povos suplicaram que D. Jaime fôsse declarado herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal e Duque de Bragança, por ser o parente mais próximo do monarca; e assim se fez. D. Jaime casou em 1502 com D. Leonor de Mendonça, filha do 3º duque de Medina Sidónia. Mas já depois de acertado o contrato nupcial, o jovem duque é acometido de «fortes ataques de melancolia» e resolve abraçar a vida religiosa. D. Jaime sai do país em direcção a Roma, a fim de solicitar ao Papa a anulação do seu matrimónio, para depois poder ingressar no convento do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Deixa uma carta que só deveria ser entregue ao Rei quando o duque já estivesse longe.

Contudo, o frade que recebe a missiva, temendo uma possível represália real, resolve levá-la ao monarca dois dias depois. D. Manuel fica furioso. Envia fidalgos da sua confiança no encalço do fugitivo para lhe ordenarem que volte imediatamente. Chamado à presença do Rei em Évora, é aconselhado a consumar o matrimónio e «que dispusesse a sua casa para viver com sua esposa e passar assim o tempo mais divertido com os carinhos dela e a afeição dos filhos».

Sem grandes alternativas, D. Jaime, que não gostava de viver no castelo de Vila Viçosa, manda edificar fora das muralhas da vila, no sítio da Horta do Reguengo, um novo paço. Na expedição a Azamor, África, D. Manuel concedeu-lh a capitania-mor do exército e da armada. Em 1502, D. Leonor de Gusmão vem para Lisboa, seguindo depois para Vila Viçosa, onde habitará o castelo com D. Isabel, sua sogra, até o matrimónio poder ser efectivado. Apesar de não se saber ao certo a data dos verdadeiros esponsais de D. Jaime com D. Leonor, pensa-se que os mesmos terão ocorrido por volta de 1503. Mas se esta ligação teve um início tão atribulado, o desfecho foi verdadeiramente trágico.

Em 1512 as intrigas ferviam no paço. Para muitos era óbvio que a jovem duquesa, de 23 anos, tinha uma inclinação muito especial por António Alcoforado, de 16 anos, pajem de seu filho Teodósio. Afastado do paço o pajem, a ligação não termina. Torna-se antes mais desejada e arrojada. Trocam-se bilhetes amorosos através de um pequeno escravo. O amor torna-se mais imperioso e, durante a noite, António Alcoforado terá entrado uma ou duas vezes pela janela no quarto da duquesa.

Na madrugada 1 de Novembro de 1512 os amantes são descobertos e mortos de imediato. Para alguns, a duquesa foi vítima de suspeitas infundadas criadas pela intriga palaciana. Mas a partir do momento em que o duque a manda matar, a história tem obrigatoriamente de ganhar foros de verdade. É que a lei só nos casos de adultério comprovado permitia a morte dos adúlteros.

O Duque casou 2º vez com D. Joana de Mendonça. Do primeiro matrimónio teve dois filhos; D. Teodósio que foi 5º duque, e D. Isabel que casou com o infante D. Duarte filho de D. Manuel. Do segundo matrimónio teve 9 filhos, dos quais se salientaram D. Constantino de Bragança, que foi 7º vice-rei da Índia, D.Fulgêncio prior de Guimarães , e D. Teotónio, arcebispo de Évora. D. Jaime introduziu na sua casa todos os empregos e funções que existiam, na casa real. Obteve do papa Leão X uma bula (1517) permitindo erigir 15 igrejas em comendas, para gratificar os fidalgos da sua comitiva. Além disso, nomeou grande número de cónegos e curas nas suas terras, com gozo de privilégios superiores aos de todas as outras casas principescas da Europa. Começou a construcção do actual palácio e tapada de Vila Viçosa. Mandou também construir um rico mausoléu para os restos mortais do condestável D. Nuno Álvares Pereira .



5º DUQUE - Foi D. Teodósio I, filho do primeiro matrimónio de D. Jaime; morreu em 1563. Teve por mestre Diego Sigeo e sucedeu a seu pai em 1532. Em 1542 casou com D. Isabel, sua prima, filha de D. Deniz de Portugal. Enviuvou em em 1558 e casou em segundas núpcias D Beatriz de Lencastre. Era amador de pintura e escultura, e escreveu o livro Os livros de muitas coisas. Teve um único filho do primeiro matrimónio, D. João que lhe sucedeu no título. Do segundo teve D. Jaime, morto em Alcácer-Quibir, e D. Isabel, que casou com o duque de Caminha.

6º DUQUE - D. João I, nasceu em 1543, morreu em Vila Viçosa em 1583. Em 1563 casou com D. Catarina, sua prima, filha do infante D. Duarte e de D. Isabel, irmã de seu pai. Quando D. Sebastião realizou a primeira ida a África quis que o duque o acompanhasse, ficando o governo do ducado a D. Catarina (1574), no que se dava à casa de Bragança a importância de um reino. O duque foi a essa expedição, levando 600 cavaleiros e 2.000 infantes das suas terras; preparava-se também para ir com o rei à segunda e desastrosa expedição de 1578 quando febres violentas o obrigaram a ficar.

Enviou por isso, para acompanhar o rei, seu filho D.Teodósio duque de Barcelos ( título que D. Sebastião concedera em 1563 ao primogénito da casa de Bragança), o qual contava só 10 anos de idade.

Durante o curto reinado do cardeal-rei D. Henrique entrou o duque de Bragança, juntamente com a duques, na pretensão da coroa, e nas cortes reunidas em Lisboa, jurou só obedecer ao rei que os Estados reconhecessem. Filipe II de Espanha, querendo afastá-lo da pretensão ao trono, mandou oferecer-lhe a realeza do Brasil, o cargo de grão-mestre da Ordem de Cristo, a licença de mandar todos os anos uma nau à Índia por sua conta, prometendo-lhe ainda o casamento de seu filho D. Diogo com uma das suas filhas. mas o duque de Bragança, influenciado por sua mulher D. Catarina (herdeira do trono) rejeitou as propostas (1579).

Morto o cardeal-rei, o duque acompanhou os governadores do reino a Lisboa e Setúbal, diligienciando para que fossem reconhecidos os direitos de sua mulher à coroa portuguesa, mas finalmente desistiu e aceitou as mercês do rei castelhano.

Camilo Castelo Branco, escreveu : "Os sucessores do duque D. Fernando, degolado em tempo de D. João II,.nunca puderam obter de D. Manuel, de D. João III, da rainha regente, de D. Sebastião e do cardeal, parte dos privilégios que o filho de D. Afonso V lhes jarretara. A absoluta independência da coroa, e o absoluto domínio em Vila Viçosa, nunca puderam os duques extorqui-lo à condescendência dos soberanos; obteve-o, porém, o avô de D. João IV, em Fevereiro de 1581 de Filipe II de Castela".

Por alvará dado em Elvas em Novembro de 1581 o duque foi autorizado a criar magistrados seus, instaurar tribunais sem apelação nem agravo das sentenças dos seus juízes, e defender o ingresso de viandantes em seus domínios. Em 1584, sendo já duque D. Teodósio, Filipe II estendeu ainda mais os poderes judicias dos duques, e mais tarde em 1587, foi-lhe permitido não cumprir as cartas dos corregedores da corte, avocar a sim as causas das suas terras e sentenciar como lhe parecesse.

Depois da entrada de Filipe II em Portugal, o duque D. João serviu de condestável nas cortes de Tomar, onde o monarca espanhol, por suas próprias mãos, lhe deu o colar do Tosão de Ouro. Quando retirou do país, o mesmo soberano ainda lhe concedeu; para o herdeiro, o cargo de condestável do reino em três vidas; para o segundo filho o marquesado de uma cidade de Castela; para o terceiro filho, uma comenda de Castela e muitas outras mercês em dinheiro e concessões. Confirmou-lhe o tratamento de Excelência e a isenção dos direitos de chancelaria.

7º DUQUE - Foi D. Tedósio II, que nasceu em Vila Viçosa em 1568 e morreu em 1630. Foi educado por Fernão Soares Homem e António de Castro. Contando apenas 10 anos de idade, e em virtude de ter adoecido o seu pai, acompanhou D. Sebastião à desastrosa expedição a Marrocos em 1578. Seguiu o rei, a cavalo, nos primeiros recontros; mas, como o perigo aumentasse, ordenou-lhe o monarca que se recolhesse ao seu coche.
Contrariado com esta decisão, suplicou o rei, mas não foi atendido. Teve de obedecer; porém, no auge da batalha de Alcácer-Quibir, montou a cavalo e, seguido pelos seus, uniu-se a D. António, prior do Crato, tomando parte na peleja onde foi ferido na cabeça e ficou prisioneiro, assim como grande número dos seus servidores.

O duque D. João, seu pai, mandou Jorge de Lemos tratar do resgate, e Filipe II de Espanha escreveu ao rei de Marrocos, que afinal, deu a liberdade à criança sem nada aceitar. O duque pagou então o resgate de todos os servidores, com quantias e presentes de importância. D. Teodósio saiu do cativeiro em Agosto de 1579; porém os espanhóis, que desejavam conservá-lo longe do reino, com falsos pretextos lhe fizeram demorar a viagem - Foi ao chegar a Gibraltar que recebeu a notícia da morte do cardeal-rei. Indo depois a S. Lucor visitar o duque de Medina Sidónia, foi recebido com pomposas festas, que eram mais um maneira de o reter fora de Portugal.

Os de Bragança compreendendo a razão destas demoras, queixaram-se, e o monarca castelhano ordenou que deixassem partir D. Teodósio. Quando chegou a Portugal, Filipe II acolheu-o com todas as honras e distinções. Em 1589, sendo já duque de Bragança, defendeu Lisboa contra a expedição de D. António e de Drake e fortificou os pontos da costa que estavam situados nas suas terras para resistir à armada inglesa. Em 1602 foi permitido aos duques de Bragança formar chancelaria e levar direitos dela sobre cartas de seguro em caso de mortes negativas, ou confessativas de morte, de resistência a oficiais de de justiça, etc..

D. Teodósio casou em 1603 com D. Ana de Velasco, filha de João Fernandes de Velasco, condestável de Castela, 1º Duque de Frias, conde de Haro, marquês de Berlengo, dos concelhos de Estado, Guerra e Marinha, governador de Milão e presidente de conselho de Itália. Deste consórcio nasceu D. João, que foi 8º duque de Bragança e o 21º rei de Portugal., com o nome de D. João IV; o infante D. Duarte que esteve preso na cidade de Milão; D. Catarina, que morreu em tenra idade , e D. Alexandre também falecido ainda muito novo em 1637.

8º DUQUE - Foi D. João II de Bragança, depois rei de Portugal como D. João IV. 9º DUQUE - Foi D. Teodósio , 4º duque de Barcelos, filho primogénito de D. João IV, herdeiro da coroa e príncipe do Brasil, nasceu em 1634 e morreu em 1653. Seu pai doou-lho o título em 1645, determinando, ao mesmo tempo, que todos os príncipes herdeiros fossem duques de Bragança.´ 10º, 11º, 12º e 13º DUQUES - Foram respectivamente D. Afonso VI, D. João V, D. José I e D. Maria I reis e raínha de Portugal. 14º DUQUE - Foi D. José Francisco Xavier de Paula Domingos António Agostinho Anastásio de Bragança, príncipe da Beira, filho primogénito de D. Maria I e de D. Pedro III, nasceu em 1761. Casou em 1777 com sua tia materna, a infanta D. Maria Francisca Benedita, morreu sem filhos, pelo que passou a ser príncipe herdeiro seu irmão D. João, depois D.João VI.

15º e 16º DUQUES - Foram D. João VI e D. Pedro IV, que também foram reis de Portugal. 17º DUQUE - Foi D. Miguel I, depois de sair de Portugal, pois é assim tratado por vários genealogistas, embora simultâneamente o título fosse usado por seu irmão D. Pedro IV. 18º, 19º e 20º DUQUES - Foram D. Maria II, D. Pedro V e D. Carlos I reis de Portugal. 21º DUQUE - Foi D. Luiz Filipe de Bragança de Saxe Coburgo Gotha , príncipe real, herdeiro da coroa, nasceu em 1887 e morreu em 1908.

22º DUQUE - Foi D. Miguel II de Bragança,( Nasceu 1853 e morreu em 1927) filho de D. Miguel I e D. Adelaide de Lowenstein - Wertheim-Rosengerg de Bragança. Era único filho varão o seu nome completo era Miguel Maria Carlos Egídio Constantino Gabriel Rafael Gonzaga Francisco de Paula e de Assis Januário. Nasceu no castelo de Kleinheubach na Baviera em 19 de Setembro de 1853 e morreu em Seebenstein, na Austria em 11 de Outubro de 1927. Foi baptizado pelo bispo de Guarda. Frequentou o colégio de S.Clemente em Metz, onde foi condiscípulo do futuro marechal Foch. Frequentou a Universidade de Innsbruck, no Tirol.

Nomeado pelo imperador da Áustria Francisco José foi alferes do 14ª regimento de dragões e tomou parte na campanha de ocupação da Bósnia.

Casou com a princesa Isabel de Thurn Taxis, e teve três filhos. Por documento de Março de 1981, o imperador Francisco José, concedeu-lhe o privilégio de extra-territoarialidade, tornado extensivo a seus filhos menores, solteiros, que com ele residissem, pelo que D. Miguel foi considerado sempre português. Voltou a casar com a princesa Maria Teresa de Lowenstein - Wertheim-Rosenberg, de quem teve mais oito filhos, entre os quais D. Duarte Nuno, único varão. Sobreveio a Guerra de 1914, e quando Portugal entrou nela, que ascendera ao posto de tenente-feld-marechal, pediu a demissão do serviço activo do exército austríaco, limitando-se a servir na Cruz de Malta.

Depois da revolução que derrubou o Império Austríaco em 1918, D. Miguel e a sua família passaram muitas privações e tomou a resolução de abdicar para seu filho D. Duarte Nuno (1920).

23º DUQUE - Foi D. Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António, duque de Bragança, de Guimarães e de Barcelos etc..Filho varão de D. Miguel II de Portugal e D. Maria Teresa, filha do príncipe Carlos de Lowenstein, representante duma das mais nobres casas principescas da Baviera. Nasceu no Castelo de Seebenstein em 23 de Setembro de 1907, e foi baptizado com água lustral da Igreja de Nossa Senhora de Guimarães, levada expressamente para esse fim. Frequentou o colégio de Beneditinos de Éttal e a Abadia de Clairvaux.

Terminada a Grande Guerra de 1914-1918, entendeu D. Miguel dever abdicar os direitos ao trono português que tinha herdado do seu pai o rei D.Miguel I, e depois de várias negociações políticas e do seu filho primogénito, o príncipe D. Miguel, duque de Viseu, ter renunciado espontaneamente aos direitos que porventura lhe viriam a caber, transmitiu-os a seu filho D. Duarte em 31 de Julho de 1920. Completou a sua educação no liceu de Ratisbona, e na Faculdade de Agronomia de Toulouse, onde concluiu o curso de engenheiro agrónomo. Em 1929 empreendeu uma viagem clandestina a Portugal que percorreu de centro a norte, estando em Vila Viçosa, onde percorreu o palácio de seu maiores, e saiu de Portugal por Vilar Formoso em Novembro do mesmo ano.

A 2 de Junho de 1932, falecia o destronado rei D. Manuel II, em Inglaterra, sem deixar descendência. Se D. Duarte era já reconhecido como rei pelos partidários de seu avô D. Miguel e pelo Integralismo Lusitano, passou desde então a ser o único pretendente reconhecido por todos os outros monárquicos portugueses.Efectivamente, segundo as leis tradicionais da monarquia portuguesa, D. Duarte, pelo seu parentesco com D. Manuel II, e como único príncipe português que lhe sobrevivia, aliava aos direitos que recebera do pai, a sucessão dinástica do último soberano da Casa de Bragança.

E assim em 19 de Outubro de de 1932, em documento firmado pelo lugar-tenente de D. Manuel II o conselheiro João de Azevedo Coutinho, em nome dos diversos organismos dos vários movimentos da causa monárquica, declaravam: " Rei legítimo de Portugal Sua Alteza o Senhor Dom Duarte de Bragança"

Em 1935, partiu para Londres, em visita aos soberanos de Inglaterra, Dali dirigiu-se a Paris, onde visitou a rainha D. Amélia, e seguiu para Roma. Foi recebido por Sua Santidade o papa Pio XI e pelos reis de Itália. Voltou a Londres em 1936 para tomar parte nos funerais do rei Jorge V. Ao deflagrar a II Guerra Mundial (1939), transferiu residência para a Suiça.

Em 1942 visitou o Brasil, passando por Lisboa, e chegou ao Rio de Janeiro a 2 de Junho. Aí casou com a princesa Maria Francisca de Orleans e Bragança, filha do príncipe D. Pedro, neto do imperador D. Pedro II. Realizou-se a cerimónia nupcial na catedral de Pétropolis a 15 de Outubro de 1942, com a assistência da esposa do Presidente da República Brasileira, Dr. Getúlio Vargas, de todo o Corpo Diplomático acreditado no Rio, prelados, ministros de Estado e outras entidades oficiais.

Do seu casamento teve três filhos: o príncipe da Beira, D. Pio Duarte João, nasceu em Berna em 1945; o infante D. Miguel, nasceu também em Berna em 1946, e o infante D. Henrique, que igualmente nasceu na Suiça em 1949. A 27 de Maio de 1950 a Assembleia Nacional, revogava por unanimidade a carta de lei de 1834 e o decreto de Outubro de 1910. Em 1951 os duques de Bragança sofreram um grave acidente de automóvel em Thionville, ficaram gravemente feridos, receando-se pela sua vida.

24º DUQUE - É D. Duarte Pio João Miguel Henrique Pedro Gabriel Miguel, filho primogénito de D. Duarte Nuno , duque de Bragança e de sua mulher, a princesa D. Maria Francisca de Orleães e Bragança. Nasceu na legação de Portugal em Berna, Suiça, em 15 deMaio de 1945. Viveu com os seus pais numa "villa" em Gunten, à beira do Lago de Thun, e veio para Portugal em Maio de 1955. Seguiu o curso secundário no Porto, e, depois num Colégio interno em Santo Tirso. Em 1958 foi recibido pelo papa Pio XII, seu padrinho de Baptismo. Foi aluno no Instituto Nuno Álvares de 1957 a 1960.

Foi aluno do Colégio Militar. Cursou no Instituto de Superior de Agronomia e estudou Sociologia no Instituto de Estudos Africanos, em Genebra, Suiça. Mobilizado para Angola, esteve na Base Aérea do Negage, como tenente miliciano, piloto aviador, entre 1968 e 1971. Exerceu o cargo de presidente do Grupo Internacional de Reinstalação dos Refugiados do Ex-Ultramar Português. A duquesa de Bragança é D. Isabel Inês de Castro Curvello Herédia de 28 anos, e descende de Afonso de Herédia o Cavaleiro, família de Espanha de que passou a Portugal, no século XV. Casou com D. Duarte em 13 de Maio de 1996. Tem três filhos, D. Afonso de Santa Maria, D. Maria Francisca e D. Dinis.


Porquê o mar é salgado?

O oceano é constituído em 96,5% de água e 3,5% de outros 75 elementos dos quais 6 (cloro, sódio, enxofre, magnésio, cálcio e potássio) são responsáveis por 99% da salinidade do oceano, principalmente no composto cloreto de sódio. Estes elementos provêm em parte da erosão das rochas em terra, trazidos até ao mar pelos rios. A água da chuva (ao atravessar a atmosfera arrasta só por si muitas partículas, o que mostra que a água doce também tem substâncias dissolvidas) que cai sobre terra infiltra-se nela dissolvendo e transportando para os rios e consequentemente para o oceano substâncias minerais que vão contribuir para a salinização (concentração de substâncias dissolvidas em partes por mil de peso dessas substâncias) da água do oceano. Isto aliado a uma elevada evaporação e ocorrendo durante centenas de milhões de anos (pensa-se que o oceano actual terá cerca de 500 milhões de anos) contribuíram para tornar a água do oceano salgada (220 vezes mais salgada que a água doce). A existência de rochas com 3800 milhões de anos na Gronelândia e 3500 milhões de anos no Sul da África assinala o início das grandes chuvas que desintegraram as rochas e arrastaram para o fundo do oceano muitas camadas de sedimentos assim como muitas substâncias que ficaram em solução ou em suspensão. Este processo ocorre não só no oceano mas também em lagos salgados: a água que entra no lago não é escoada por nenhum efluente, então só pode evaporar, deixando os sais que trazia dissolvidos no lago. São exemplos de lagos salgados o Mar Cáspio, o Mar Morto e o Grande Lago Salgado (os dois últimos são 10 vezes mais salgados que o oceano).
Mais informação em: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/earth-sciences/1678363-porque-%C3%A9-mar-salgado

Terramotos ou Sismos

O que são terramotos ou sismos?

Sismos são abalos naturais da crosta terrestre que ocorrem num período de tempo restrito, em determinado local, e que se propagam em todas as direcções (Ondas Sísmicas), dentro e à superfície da crosta terrestre, sempre que a energia elástica (movimento ao longo do plano de Falha) se liberta bruscamente nalgum ponto (Foco ou Hipocentro). Ao ponto que, na vertical do hipocentro, se encontra à superfície terrestre dá-se o nome de Epicentro, quase sempre rodeado pela região macro sísmica, que abrange todos os pontos onde o abalo possa ser sentido pelo Homem.

Os sismos, tremores de terra ou terramotos (sismos catastróficos) constituem um fenómeno geológico que sempre aterrorizou as populações que vivem em determinadas zonas da Terra.

História dos sismos

Os efeitos sísmicos têm sido a causa tradicional de ruína de edifícios histórico-artísticos. Cabe-nos citar a destruição do Farol de Alexandria no séc. XII, tal como muitas outras torres ao longo da história. Em tempos mais recentes, os terramotos têm sido devastadores para os edifícios monumentais de Lisboa (1755), Calábria (1783), Andaluzia (1884), Messina (1908), Guatemala (1976), Friul (1979), etc.

O terramoto de Lisboa provocou fendas nas catedrais de Ávila e Palma de Maiorca.



Como diminuir o efeito dos sismos

Em geral as grandes sapatas corridas e a lajes são mais seguras que as sapatas isoladas. As estacas podem actuar como elementos transmissores de vibrações do substracto porém aumentam consideravelmente a segurança em caso de terrenos arenosos, frouxos com nível freático elevado, nos quais existe o alto risco de liquefacção. Normalmente os edifícios monumentais costumam ser maciços e bastante rígidos pelo que a sua frequência própria seria normalmente inferior às vibrações de maior energia de um sismo, ao contrário das torres ou edifícios esbeltos, com elevado risco de ressonância em alguns modos de vibração.

Os antigos já estavam conscientes do poder amortecedor dos terrenos brandos. Plínio cita o Templo de Diana, fundado por Tesifone sobre um pântano para maior segurança face aos terramotos, recheando a fundação com lã e carvão.

Actualmente as principais actuações encaminham-se no atar e reforçar as fundações e a segurança frente à liquefacção, se bem que é usual ser mais importante o reforço e colocação de vigamentos na infra-estrutura.

Em alguns casos torna-se útil criar amplas juntas entre partes de edifícios que podem vibrar de forma distinta e actuar como aríetes uns sobre os outros.
Mais informação em: http://www.minerva.uevora.pt/stclara/pp03-04/alunos/6g/Cat-fen/terramotos.htm

quinta-feira, 25 de março de 2010

Festival da canção 2010 -Ganhadora em Portugal

Filipa Azevedo--simplesmente  Magnífica--Parabéns Portugal--- linda canção até arrepia...
Aqui está

terça-feira, 23 de março de 2010

SOCIEDADE SECRETA: A CARBONÁRIA

Que era  a Carbonária?

Carbonária

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Carbonária era uma sociedade secreta e revolucionária que atuou na ItáliaFrançaPortugal e Espanha nos séculos XIX e XX. Fundada na Itália por volta de 1810, tinha a ideologia assentada em princípios libertários e que se fazia notar por um marcado anticlericalismo. Participou das revoluções de 18201830-1831 e 1848. Embora não tendo unidade política, já que reunia monarquistas e republicanos, nem linha e ação definida, os carbonários (do italiano carbonaro, "carvoeiro") atuavam em toda a Itália. Reuniam-se secretamente nas cabanas dos carvoeiros, derivando daí seu nome. Foram também os inventores do espaguete à carbonara. Inventaram uma escrita codificada, para uso em correspondência, utilizando um alfabeto carbonário.
Durante o domínio napoleônico, formou-se na Itália uma resistência que contou com membros de uma organização secreta – a Carbonária. A carbonária tinha uma organização interna semelhante à da Maçonaria, com a qual, aliás, tinha algumas afinidades ideológicas (combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais) e esteve aliada em certos momentos, havendo mesmo elementos que pertenciam às duas organizações. Ela surgiu em Nápoles, dominada pelo general francês Joaquim Murat, cunhado de Napoleão Bonaparte. Lutava contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da Itália, embora defendessem os mesmos princípios de Bonaparte.
Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália através de uma revolução espontânea da classe trabalhadora, comandada por universitários e intelectuais, e implantar os ideais liberais.
Os membros da Carbonária, principalmente da média e da pequena burguesia, tratavam-se por primos. As associações da Carbonária tinham uma relação hierárquica. Chamavam-se choças (de menor importância), barracas e vendas , sendo estas as mais importantes. As vendas, cada uma contendo vinte membros, desconheciam os grandes chefes. Todas as orientações eram transmitidas por elas. Havia uma venda central, composta por sete membros, que chefiava o trabalho das demais. A Carbonária não tinha nenhuma ligação popular, pois como sociedade secreta, não propagandeavam suas atividades. Além disso, a Itália era uma região agrícola e extremamente católica, com camponeses analfabetos e religiosos, que tradicionalmente se identificavam com idéias e chefes conservadores.
Silvio Pellico (17881854) e Pietro Maroncelli (17951846) foram membros proeminentes da Carbonária. Ambos foram presos pelos austríacos por anos, muitos dos quais na fortaleza Spielberg, em Brno, no sul da Morávia. Depois de solto, Pellico escreveu o livro Le mie prigioni, descrevendo seus dez anos na prisão. Maroncelli perdeu uma perna na prisão e ajudou na tradução e edição do livro de Pellico em Paris (1833). Outros proeminentes membros da sociedade foram Giuseppe Garibaldi e Giuseppe Mazzini, que posteriormente saiu da sociedade e passou a criticá-la.
As revoluções foram sufocadas pela França de Luís Napoleão e pelos Habsburgos austríacos, que procuravam manter seu significante poder na Itália (Veneza e Milão eram parte do Reino Lombardo-Vêneto governado pelo Império Austríaco e o Reino das Duas Sicílias era governado por um monarca Bourbon, muito influenciado pelo governo francês). O fracasso das revoluções mostrou que a unificação não seria alcançada por idealismo. A unificação italiana foi realizada posteriormente entre 1860-1870 pela diplomacia e guerra sob a égide do Reino Sardo-Piemontês.

EM PORTUGAL

Em Portugal, a Carbonária foi estabelecida por volta de 1822. Nas suas primeiras décadas, teve um âmbito restrito e, sobretudo, localizado: surgiram várias associações independentes, sem ligação orgânica entre si e com pouca capacidade de intervenção social. De uma maneira geral, estas associações não duraram muito tempo nem tiveram realce histórico.
A Carbonária que teve importância na vida política nacional portuguesa foi fundada em 1896 por Luz de Almeida. Desenvolveu alguma actividade no domínio da educação popular e esteve envolvida em diversas conspirações antimonárquicas. Merece destaque óbvio a sua participação no assassínio do Rei D.Carlos I e do Príncipe Herdeiro Luís Filipe, e na revolução de 5 de Outubro de 1910, em que esteve associada a elementos da Maçonaria e do Partido Republicano.

DOUTRINA MONROE

Que foi a Doutrina Monroe ?

Doutrina Monroe




Retrato de James Monroe - óleo sobre tela de John Vanderlyn (1775-1852)
A chamada Doutrina Monroe foi anunciada pelo presidente estadunidense James Monroe (presidente de 1817 a 1825) em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de 1823.
Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência européia […] (Mensagem do Presidente James Monroe ao Congresso dos EUA, 1823)
A frase que resume a doutrina é: "América para os americanos"
O seu pensamento consistia em três pontos:
  • a não criação de novas colônias nas Américas;
  • a não intervenção nos assuntos internos dos países americanos;
  • a não intervenção dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus como guerras entre estes países e suas colônias.
A Doutrina reafirmava a posição dos Estados Unidos contra o colonialismo europeu, inspirando-se na política isolacionista de George Washington, segundo a qual "Europa tinha um conjunto de interesses elementares sem relação com os nossos ou senão muito remotamente" (Discurso de despedida do Presidente George Washington, em 17 de Setembro de 1796), e desenvolvia o pensamento deThomas Jefferson, segundo o qual "América tem um Hemisfério para si mesma", o qual tanto poderia significar o continente americano como o seu próprio país.
À época, a Doutrina Monroe representava uma séria advertência não só à Santa Aliança, como também à própria Grã-Bretanha, embora seu efeito imediato, quanto à defesa dos novos Estados americanos, fosse puramente moral, dado que os interesses econômicos e a capacidade política e militar dos Estados Unidos não ultrapassavam a região do Caribe. De qualquer forma, a formulação da Doutrina ajudou a Grã-Bretanha a frustrar os planos europeus de recolonização da América e permitiu que os Estados Unidos continuassem a dilatar as suas fronteiras na direção do Oeste, dizimando as tribos indígenas que lá habitavam. Essa expansão no continente americano teve como pressuposto o destino manifesto, e marcou o início da política expansionista do país no continente.
É também conhecida por sua síntese, "a América para os americanos".