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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Afonso Costa

Jurista e político português, Afonso Augusto da Costa nasceu a 6 de Março de 1871, em Seia, distrito da Guarda. Foi, por ventura como diz Oliveira Marques (1975), o mais querido e mais odiado dos portugueses. O seu nome simbolizou toda uma política, mesmo um regime. O seu retrato apareceu reproduzido milhares de vezes em livros, jornais, em cartazes, em panfletos, em azulejos, em pratos de barro e latão, em bustos que se vendiam em lojas em Lisboa e Trás-os-Montes. Esteve sempre entre os dois mais votados candidatos republicanos ao Parlamento, onde quer se propusesse, jamais perdendo uma eleição desde 1906. Tornou-se um mito.
O ódio que lhe tiveram também não conheceu limites. Acusaram-no de concussionário* ( *Dicc.:que ou aquele que, no uso das suas funções oficiais, exige indevidamente dinheiro ou outra coisa qualquer.) (diciopédia 2008), de utilizar e até fabricar a lei para proveito próprio, dos numerosos amigos e da sua clientela de advogado, de enriquecer à custa da política. Foi odiado por ter sido o principal fautor da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial. 
Para todo católico bem formado refere O. Marques(1975), era o mesmo que falar no diabo. Pois fora ele quem expulsara os Jesuítas, frades e freiras, que deixara os sacerdotes a pedir esmola, que proibira as procissões, que deportara  os bispos, que criara o divórcio, que insultara,  a consciência católica da nação e promovera a corrupção da família e da sociedade.
Uma quadra popular de versos, forjada no período da sua mais intensa actividade política, afirmava: «Afonso, teu ilustre nome/Nunca será esquecido/Mesmo depois de morto/Serás sempre conhecido.»
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Advogado, professor universitário, doutrinador e político republicano (parlamentar, estadista e diplomata).


Aliando-se a António José de Almeida, constituiu a chamada União Sagrada, que governaria até 1917, isto é, até à altura em que se deu o golpe de Sidónio Pais. Afonso Costa foi então preso. Uma vez libertado, partiu para França, exilado, mas não demoraria a voltar para Portugal. Morto Sidónio Pais, a situação política proporcionou o regresso.
Em 1919, foi nomeado chefe da delegação portuguesa à Conferência de Paz e à Sociedade das Nações. Depois, porém, deu-se o golpe de 1926, que instaurou a Ditadura Militar, seguindo-se-lhe a consolidação do Estado Novo, alguns anos mais tarde. Num país que vivia sob um regime político que não era aquele por que desde novo combatera, Afonso Costa veio a morrer a 11 de Maio de 1937, em Paris, França.



Bibliografia Consultada: Oliveira Marques (1975)Afonso Costa. Ed. Arcadia. Segunda edição. Págs.485
Diciopédia 2008. Porto Editora. Entrada: Afonso Costa.