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domingo, 25 de abril de 2010

Beresford, William Carr


William Carr Beresford (Irlanda1768 — 8 de Janeiro de 1854) foi um militar britânicomarechal (1809) e depois marechal-general (1816) doExército português.
Foi comandante em chefe durante toda a Guerra Peninsular, de Março de 1809 à revolução liberal de 1820, gozando de poderes de governação dada a ausência da Corte portuguesa, refugiada no Brasil (1808-1821).
Beresford nasceu em 1768 na Irlanda, filho ilegítimo do Marquês de Waterford e protegido pelo Partido Tory, onde era amigo de Arthur Wellesley. Serviu no Exército Britânico em Toulon (1793); foi tenente-coronel na Índia, coronel do 88º Regimento no Egipto (1801), brigadeiro no Cabo da Boa Esperança, e ocupou Buenos Aires (1806) onde foi aprisionado. Comandou a ocupação da Madeira em Dezembro de 1807 e aí aprendeu português. Fez a expedição da Corunha em 1809 e regressou a Portugal.
Foi em Portugal Marquês de Campo Maior, título recebido por decreto de 17 de dezembro de 1812 de D. Maria I, e Conde de Trancoso, e Visconde de Beresford na Grã-Bretanha. Era de grande estatura e corpulento, sendo a presença realçada por um rosto muito irregular e de aparência algo sinistra, pois tinha o olho esquerdo vazado por um tiro, o que surpreendia os interlocutores. Nomeado Marechal do Exército em Março de 1809 pelo Conselho de Regência, Beresford aproveitou a reorganização das forças militares criada por D. Miguel Pereira Forjaz, para a adaptar ao serviço de campanha do exército britânico.
Encontrando o exército desfalcado pela ausência dos comandos no Brasil e na Legião Portuguesa, e pela relativa velhice e ineficácia de muitos dos oficiais recorreu à atribuição de comandos a oficiais britânicos, tendo plenos poderes para nomear e demitir (hire and fire) os subordinados. Como outras medidas, Beresford criou os depósitos de recrutamento em PenicheMafra e Salvaterra; presidiu à distribuição das novas armas e equipamentos; levou um exército treinado à prussiana a manobrar à inglesa; introduziu Ordens do Dia para informar o exército e apurar a disciplina: tanto se lhe conhecem mandatos de prisão e de execução sumária sem julgamento em tribunal militar, como louvores e promoções por mérito. João Pedro Ribeiro chamou-lhe moderador e animador do exército.
Foi um enérgico administrador. Sendo o melhor dos segundosWellington preferia-o como seu lugar-tenente, estatuto muito ressentido pelos generais britânicos seniores. Era pessoalmente muito bravo, destacando-se em Albuera onde teve de combater a corpo a corpo com um lanceiro polaco sendo depois auxiliado por um cavaleiro português. Em Salamancacomandou pessoalmente o ataque da 3ª Brigada portuguesa que imobilizou o contra-ataque francês, ficando gravemente ferido.
Era adulado até 1815 pela população que reconhecia nele o artífice da vitória. Contudo, sua carreira de “protector” de Portugal após o fim da guerra apagou muito do que lhe deve o país.
Após o julgamento e execução do tenente-general Gomes Freire de Andrade em 1817 e outros, deslocou-se ao Brasil para pedir maiores poderes. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente" (Rocha Pombo, "História do Brasil", volume IV, pg. 12). Diz o mesmo autor: "Não pequeno susto causou no Rio a vinda inesperada de Beresford. Convocou imediatamente D. João o seu conselho." Achada a fórmula para a solução do momento, "reformou-se a constituição da Regência, reduzindo-lhe as funções ao meramente administrativo e concentrando a autoridade política nas mãos de um delegado imediato do soberano, com o título de marechal-general junto à sua real pessoa. Fizeram então voltar para Lisboa o marechal Beresford investido de tão alto posto, como se respondessem assim aos clamores do povo português - entregando-o à tutela humilhante, ao arbítrio e às truculências daquele estrangeiro."
Mas, afastando para a América o inglês desabusado, os absolutistas facilitavam a execução do plano dos liberais: assim que em 2 de maio de 1820 o marechal partiu, trataram os governadores do reino de estabelecer o mais cauteloso sistema de políciua e repressão. Fechou Portugal ao mundo, e deixou-se a Regência ficar desapercebida dos riscos que sobrevinham. A cidade do Porto levantou-se então contra o obscuro regalismo da Regência. Ali se fundara o Sinédrio, ali Fernandes Tomaz e Silva Carvalho reuniam ao redor de si outros chefes de prestígio. Tudo se preparou para o rompimento, e pela madrugada de 24 de agosto rompeu a revolução.
No regresso do Rio de Janeiro pela nau Vengeur, fundeada no Tejo em 10 de outubro, Beresford foi impedido pela Junta de desembarcar em Lisboa e regressou à Grã-Bretanha.
Ainda esteve em Portugal em 1823 procurando vergar D. João VI às tentativas absolutistas de D. Miguel.
Contribuiu para as obras Strictures on Napier’s History e Further Strictures, escritas por Benjamin D'Urban, refutações da História da Guerra Peninsular de William Napier, que confirmam o respeito pelo exército português, que comandou durante onze anos.
Em Inglaterra foi Master-General of the Ordnance.


Conde de Trancoso

O título nobiliárquico de Conde de Trancoso foi criado em 13-5-1811 por D. Maria I, rainha de Portugal, a favor de William Carr Beresford.
Condes de Trancoso:
  1. William Carr Beresford (1768-1854), depois 1º marquês de Campo Maior
  2. Henry Grant Beresford-Peirse, 2º marquês de Campo Maior


Marquês de Campo Maior

O título nobiliárquico de Marquês de Campo Maior foi criado em 17-12-1812 por D. Maria I, rainha de Portugal, a favor de William Carr Beresford, 1º conde de TrancosoFicheiro:William Carr Beresford.jpg

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