O ódio que lhe tiveram também não conheceu limites. Acusaram-no de concussionário* ( *Dicc.:que ou aquele que, no uso das suas funções oficiais, exige indevidamente dinheiro ou outra coisa qualquer.) (diciopédia 2008), de utilizar e até fabricar a lei para proveito próprio, dos numerosos amigos e da sua clientela de advogado, de enriquecer à custa da política. Foi odiado por ter sido o principal fautor da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial.
Para todo católico bem formado refere O. Marques(1975), era o mesmo que falar no diabo. Pois fora ele quem expulsara os Jesuítas, frades e freiras, que deixara os sacerdotes a pedir esmola, que proibira as procissões, que deportara os bispos, que criara o divórcio, que insultara, a consciência católica da nação e promovera a corrupção da família e da sociedade.
Uma quadra popular de versos, forjada no período da sua mais intensa actividade política, afirmava: «Afonso, teu ilustre nome/Nunca será esquecido/Mesmo depois de morto/Serás sempre conhecido.»
Advogado, professor universitário, doutrinador e político republicano (parlamentar, estadista e diplomata).
Aliando-se a António José de Almeida, constituiu a chamada União Sagrada, que governaria até 1917, isto é, até à altura em que se deu o golpe de Sidónio Pais. Afonso Costa foi então preso. Uma vez libertado, partiu para França, exilado, mas não demoraria a voltar para Portugal. Morto Sidónio Pais, a situação política proporcionou o regresso.
Em 1919, foi nomeado chefe da delegação portuguesa à Conferência de Paz e à Sociedade das Nações. Depois, porém, deu-se o golpe de 1926, que instaurou a Ditadura Militar, seguindo-se-lhe a consolidação do Estado Novo, alguns anos mais tarde. Num país que vivia sob um regime político que não era aquele por que desde novo combatera, Afonso Costa veio a morrer a 11 de Maio de 1937, em Paris, França.
Bibliografia Consultada: Oliveira Marques (1975)Afonso Costa. Ed. Arcadia. Segunda edição. Págs.485
Diciopédia 2008. Porto Editora. Entrada: Afonso Costa.
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